Costa Concordia |
Schettino caiu em lágrimas na última audiência, em seu julgamento sobre o naufrágio, dizendo que sua vida também acabou na noite do incidente. Em sua declaração final ao painel de três juízes que se retiraram para chegar a um veredicto, Francesco Schettino repetiu suas declarações de que foi transformado em um bode expiatório para o acidente de janeiro de 2012.
— Naquele 13 de janeiro, eu morri também. Passei os últimos três anos sendo massacrado pela mídia, o que aumentou minha dor pessoal pelo incidente — afirmou o marinheiro de 54 anos ao tribunal em Grosseto, na Toscana. — Minha cabeça foi sacrificada para atender a interesses econômicos. O que tenho vivido não é vida.
O capitão afirmou que o veredicto “deveria envolver uma organização inteira”, mas em vez disso, ele era o único nome ligado ao caso no banco dos réus.
Os promotores acusaram Schettino de ser um “idiota irresponsável” por conduzir o navio de luxo muito perto das margens da Ilha Giglio, eventualmente atingindo uma rocha.
Eles pediram aos juízes que o condenassem em uma série de acusações, incluindo homicídio, causar um naufrágio e abandonar o navio, e pediram uma sentença de 26 anos e três meses de prisão. Os advogados do capitão argumentaram que ele na verdade salvou vidas ao manobrar o navio próximo à costa da ilha após a colisão e que nenhuma pessoa foi culpada pelo desastre.
A defesa manteve a alegação de que pessoas morreram porque a evacuação foi prejudicada por uma falha de um gerador de reserva e inundações em compartimentos supostamente impermeáveis.
Schettino e sua equipe de advogados também alegaram que o navio não teria colidido se Jacob Rusli Bin, o timoneiro indonésio, não descumprisse suas ordens, devido a dificuldades de linguagem.
Rusli Bin é um dos cinco funcionários que fizeram transações penais em troca de sentenças leves em um processo separado. Os advogados da Costa Crociere negaram que a empresa tenha qualquer culpa pelo naufrágio.
O naufrágio aconteceu na noite de 13 de janeiro de 2012, quando o Costa Concordia, no qual viajavam 4.229 pessoas, encalhou no litoral da ilha de Giglio. No acidente, 32 pessoas morreram e 64 ficaram feridas.
Em processo paralelo sobre o naufrágio do Concordia já foram pronunciadas penas de 23 meses e 18 meses aos oficiais Ciro Ambrosio e Silvia Coronica, respectivamente; de 20 meses ao timoneiro Jacob Rusli; de 30 meses ao chefe de bordo, Manrico Giampedroni, e de 34 meses a Roberto Ferrarini, chefe da unidade de crise em terra da Costa Cruzeiros, proprietária do barco.
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