Os Práticos são responsáveis a orientar a navegação dos navios na entrada e saída dos portos. |
Os valores serão calculados com base no número de leitos e escalas dos cruzeiros. Ou seja, quanto maior for o número de escalas em Santos ou São Sebastião, maior será o desconto. Segundo a Clia Brasil, chegou-se a um desconto de 26% nas taxas para a temporada que se inicia agora.
“Esse acordo é muito positivo. A praticagem abriu essa oportunidade de negociação e chegamos a uma tabela customizada para os navios de passageiros, um fato inédito no mundo”, comentou Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil.
Iniciada no final de novembro, a temporada 2016/2017 de cruzeiros terá sete navios em águas brasileiras. A expectativa é que 381 mil cruzeiristas sejam atendidos, passando por 108 roteiros diferentes de viagens.
De
acordo com o presidente da Praticagem de São Paulo, Cláudio Paulino
Rodrigues, as negociações para a definição do novo cálculo de cobrança
do serviço demoraram quase dois anos para serem concluídas. A intenção
foi ampliar o número de escalas de navios de passageiros no Porto e
ainda incentivar o desenvolvimento do setor de serviços e de atendimento
ao turista na Cidade.
Prático sobe a bordo de navio na Barra de
Santos: profissionais são responsáveis por orientar a navegação no
interior das áreas portuárias
“Esta é uma demanda que a indústria de cruzeiros
apresentou há bastante tempo. Nós entendemos o momento que o Brasil está
passando, entendemos a diminuição do número de navios de cruzeiros e
sentamos para conversar no início de 2015, até chegarmos a uma definição
agora”, explicou o executivo.
Até
ontem o preço cobrado era baseado em uma tabela negociada com o
Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo
(Sindamar). A partir de agora, o custo do serviço de praticagem dos
navios de cruzeiro passa a ser calculado com base no número de escalas
no complexo santista e no Porto de São Sebastião, no litoral norte do
Estado.
“Na tabela, há um fator de
preço relativo ao número de leitos que o navio oferece e outra coluna
diz respeito à quantidade de escalas que as empresas de cruzeiros fazem
aqui, no Porto de Santos. Um navio que faz oito escalas vai pagar cerca
de R$ 13, 00 por leito. Já para um navio que venha para cá e faça mais
de 20 escalas, esse preço fica perto de R$ 10,00 ou R$ 11,00”, explicou
Rodrigues.
Conforme a nova tabela da
Praticagem, o valor mais baixo a ser pago pelas armadoras de cruzeiros é
de R$ 10,37 por leito. Neste caso, é necessário que a embarcação
atraque mais de 46 vezes em Santos na mesma temporada. Em São Sebastião,
o valor cai para R$ 8,78, nas mesmas condições. Já os preços mais caros
são R$ 15,75 e R$ 16,65, respectivamente.
Negociação
Para
o presidente-executivo da Clia Brasil, Marco Ferraz, a mudança de
cálculo era necessária devido às características dos navios de
cruzeiros. Segundo ele, por conta dos dois motores instalados nas partes
dianteira e traseira das embarcações, a manobrabilidade torna-se muito
mais fácil, além da tecnologia moderna, que não exige tantos esforços
dos práticos.
“Como a gente está em
um momento de falta de competitividade no Brasil, a gente tem que
melhorar em todos os segmentos. E a praticagem é um segmento importante,
que gera um custo para os armadores. Essa abertura que eles nos deram
para a gente mudar o método e começar a fazer o cálculo em leitos foi
muito importante. A gente espera que esse exemplo seja seguido por
outras praticagens, porque a gente tem um País pronto para receber
navios”, afirmou.
Mas, para Ferraz,
além da assinatura do acordo com a Praticagem de São Paulo, existem
outras questões que precisam ser repensadas para garantir uma maior
oferta de navios de cruzeiros no cais santista. “A gente tem que mexer
em muitos outros segmentos, mas (o desconto da Praticagem) é um impacto
importante, sem dúvida. Estamos falando em 26% e tem muitos milhões de
custos nesse setor. É relevante esse desconto. A gente fica mais perto
do que é praticado no mundo todo e transforma o Brasil em um País um
pouco mais competitivo. Temos que melhorar em infraestrutura, impostos e
custos”, explicou o presidente-executivo da Clia Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário