O resultado das simulações de manobras navais, utilizando a nova profundidade do
canal de navegação, garante que Porto de Santos receba navios maiores do que os
habituais (e não somente com maior calado). Mas isso só deve ocorrer quando a
homologação dos parâmetros for feita pela Marinha do Brasil, que ainda não
recebeu da Companhia Docas de São Paulo (Codesp) a confirmação do
reposicionamento das boias de sinalização.
A expectativa era de que, com
as mudanças, o cais santista pudesse receber, em condições normais, navios com
334 metros de comprimento (34 metros a mais do que hoje está autorizado). A
Tribuna apurou, entretanto, que a meta foi batida e Santos está preparado
para embarcações com até 335 metros. A metragem, que é apenas 16 metros
superior à altura da Torre Eiffel, em Paris, equivale a pouco mais de três
campos da Vila Belmiro.
Navios com essa envergadura são capazes de
comportar mais de 8,2 mil TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20pés).
Hoje, porém, o complexo santista recebe, em média, cargueiros com capacidade
inferior a 7.5 mil TEUs, principalmente pelas restrições de calado (distância
entre a linha d’água e o fundo do navio), que também serão revistas com a
homologação das novas profundidades dos dois primeiros trechos do
Estuário.
O trecho 1 (Barra até o Entreposto de Pesca) possui agora 14,9
metros e o trecho 2 (Entreposto até as torres de energia), 14,5 metros. No
entanto, ambos terão profundidade operacional homologada para 13,2 metros - e um
metro mais fundo com a maré alta. A não utilização total da distância é uma
medida de segurança exigida pela Marinha.
A primeira vez que Santos recebeu um
“gigante” dos mares ocorreu há cerca de um ano, com o Cosco Vietnam. Com 335
metros de comprimento, 42 metros de largura (boca) e capacidade para mais de 8
mil TEUs, foi necessário montar um esquema especial para recebê-lo - o que não
deverá mais ocorrer.
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