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a verdade é que o MSC Divina (gemeo do Preziosa)
não passa sob a Ponte Newton Navarro (foto)
e a logística alternativa foi rejeitada |
A Companhia Docas do RN (Codern) convocou entrevista coletiva no último dia 15 para explicar a polêmica relacionada à capacidade
do Terminal Marítimo de Passageiros (TMP) e da possível vinda a Natal
do navio MSC Divina com 3,2 mil passageiros, para assistir aos jogos da Copa do Mundo na capital potiguar.
Nos últimos dias, informações deram conta de que o porto de Natal não
mais receberia o navio e que os torcedores viriam de Recife em
80 ônibus, para assistirem aos jogos em Natal. O presidente da Codern
garantiu que as negociações junto à MSC ainda estão em andamento, o que
descarta a informação de que o Porto de Natal já havia perdido o navio
com os turistas mexicanos. “Esses boatos estão gerando informações que
não são verdadeiras. Nós estamos em contato com a empresa e eles estão
decidindo se aceitam ou não o que nós sugerimos”, disse o diretor da
Codern.
A solução encontrada pela Companhia Docas seria ancorar o navio em uma
área de fundeio, que fica localizada a 2,5 milhas da costa e realizar o
traslado dos passageiros por meio de embarcações do próprio navio,
prática comum em Búzios, Ilha Bela, Portobelo e até na Ilha
de Fernando de Noronha, por exemplo. Existem áreas que não possuem
portos nem terminais, o que obriga que os navios cruzeiros fiquem
ancorados em áreas de fundeio e realizem o traslado dos passageiros por
meio de embarcações menores dos próprios navios.
O presidente da Companhia Docas criticou a polêmica que está sendo
levantada em relação ao assunto, já que, segundo ele, não há dificuldade
por parte do Porto em fazer essa operação, que é a solução mais viável e
segura para os passageiros. “Essa é uma prática feita no mundo inteiro
sem riscos para os passageiros e tripulantes do navio. Agora, o risco é
você fretar 80 ônibus para trazer esses turistas de Recife a Natal.
Estão condenando a solução mais viável”, defende Pedro Terceiro.
De acordo com informações da Marinha do Brasil reproduzidas pelo
presidente da Codern, a operação que será realizada, caso o navio com os
turistas mexicanos venha para Natal, durará em média 15 minutos por
viagem, do navio ao Terminal Marítimo de Passageiros. O navio possui seis embarcações com capacidade para 700 passageiros cada uma.
O consultor da Agência Porto, Fabrizio Pierdomenico, ressaltou a fala de
Pedro Terceiro e disse não entender o motivo da polêmica, já que a
solução encontrada pela Companhia é uma prática que se faz
constantemente em outros portos. “Está se criando uma polêmica em cima
de uma prática que já se faz há muito tempo. Não há nenhum problema em o
navio ficar fundeado e as pessoas serem trasladadas”, ressaltou o
consultor. Ele exemplificou o caso dos navios que partem de Santos para
Florianópolis. Segundo ele, esses navios não atracam, mas ficam
fundeados a uma distância da costa. “Isso é absolutamente comum e todo
mundo faz isso. O que está se criando é uma falsa polêmica”, reitera
Fabrizio.
O consultor defendeu ainda que a prática de fundeio do navio cruzeiro
seja feita em Natal, o que ele considera viável, acrescentando que as
críticas a respeito do assunto deveriam ser direcionadas a quem
construiu a ponte, e não ao Porto de Natal. “Se o navio tem um calado
aéreo grande e a ponte tem um calado aéreo pequeno, quem sofre com as
consequências é o Porto de Natal. A culpa disso não é do Porto. Quem
deveria responder sobre isso era quem mandou fazer essa ponte”, afirma.
O diretor Técnico-Comercial da Codern, Hanna Safieh pediu para que sejam
divulgadas informações corretas a respeito do assunto, para que o Porto
de Natal não seja prejudicado por informações inverídicas. “Contamos
com vocês para corrigir esse erro grave. Estão tentando colocar problema
onde não existe. Será que é mais rápido e seguro sair de um comboio de
Recife, ou descer em lanchas a duas milhas do Terminal, com conforto,
segurança e agilidade?”, questionou.
O presidente da Codern reiterou o esforço da Codern em trazer para Natal
o navio e falou sobre a importância desse acontecimento para o
Porto. “Se nós conseguirmos trazer esse navio será uma quebra de
paradigma que será feita, para que não fiquem pensando que o Porto não
tem capacidade de realizar essa operação e que nenhum navio passa por de
baixo da ponte”, declarou o diretor-presidente Pedro Terceiro.